sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Testo Filme: Depois da Vida

É simples como parece ser: o calor, a brisa, o cheiro do mar e sua mão na minha. Do mar não, daquela praia que apesar da grande circulação (depois do asfalto) insistimos em tomar como nossa - usucapião. Você tinha razão: estas coisas a gente só sente enquanto esá vivo. Lá, e somente lá, me sinto livre. Só há a vigilância dos teus olhos, que me vêem como a mais formosa, vistosa e doce mulher do planeta. E é assim que me sinto: a mais. É incrível como depois de tanto tempo ainda conseguimos nos olhar e nos ver por completo. E é assim que me sinto com você: completa. É esta sensação de completude que você me traz que quero levar para onde for.

Novembro/2006.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Trajetória

Um dia você conhece uma pessoa
(No ônibus
Na escola
Em uma festa
Na casa de amigos
Na sua casa)
E não sabe por quanto tempo ela ficará na sua vida
E não sabe como marcará seu caminho
Ou que marcas você deixará.

De repente você conhece alguém
E este alguém acompanhará sua trajetória
Ou você achou que acompanharia.
Mas, por um motivo ou outro
Este alguém deixa de fazer parte da sua história:
Porque seus caminhos não convergem mais
Porque vocês deixaram de sonhar o mesmo sonho
Porque vocês não caminham para o mesmo destino.

Quantas foram estas pessoas?
Alguém ficará?

De repente você acha que não se conhece mais
Não conhece quem faz parte de você
Não sabe quem está aparte
Não sabe mais o que é amigo
E quem estará marcando presença em um dia especial de sua vida.

De repente você quer refazer aquele caminho
Para perceber onde vocês se perderam
Mas já não é mais possível
O caminho não tem volta.

Para o Ewerton
Um destes amigos perdidos.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Queridos Alunos

Meus alunos do 8º ano prepararam uma festa surpresa de aniversário para mim e para a professora de educação física.

A organização escolar, no entanto, não permite que sejam feitas festas para professores, já que isto gera problemas no coletivo.

Não acredito que isto tenha sido uma retaliação a mim. Acho, na verdade, que a gestão da escola me protegeu de um constrangimento com os outros professores.

Os alunos não entenderam assim. Ficaram chateados e constrangidos.

Para acalmá-los escrevi uma carta sobre o meu relacionamento com eles. Segue a carta:

Queridos Alunos

Já contei para vocês que eu trabalhei em um hospital?

Esta experiência fez toda a diferença. Me fez valorizar as pequenas coisas da vida, já que ela é muito frágil e curta. Vi pacientes com dificuldades básicas: não conseguiam fazer xixi, coco, comer. Conheci um paciente que há dez anos só comia macarrão.

Comecei a refletir se é preciso estar doente para aproveitar a vida, ficar com quem se ama. Hoje acredito que não.

Quando sai do hospital, por vontade própria, não tinha mais prazer no trabalho. Tudo o que eu fazia não tinha mais sentido. Meu trabalho já não interferia mais na vida das pessoas.

Quando minha filha nasceu comecei a acompanhar o seu desenvolvimento e compreender o seu crescimento. Passei a olhar de maneira diferente para os alunos e valorizar mais o que eu fazia.

Vocês vieram nesta fase, e com vocês aprendi a dar o melhor de mim. Não tenho a ilusão de que sou fundamental na vida de vocês, não sou. Mas sei que um pouquinho do que a gente viveu junto vai permanecer para vocês e para mim, independente do que acontecer, independente de onde estivermos no futuro.

É muito bom saber que este carinho, respeito e amor que sinto por vocês é correspondido.

Desculpe se a dinâmica da escola às vezes não permite que comemoremos mais as nossas afinidades. A escola é assim, precisa de regras e organização.

Não vai faltar oportunidades para compartilharmos momentos de prazer. A aprendizagem, afinal de contas, é um desse momentos.

Estaremos sempre juntos.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Valores

Data: 31 de agosto de 2010
Local: Shopping Santana
Horário: aproximadamente 19 horas.
Personagens: Ana, Júlia, Lívia e Raul.
Objetivos: Aproveitar um minutinho de folga com os filhos na brinquedoteca.

Cena 01 - Chegada: filhos conversam, filhos cantam, filhos correm...

Cena 02 - Brinquedoteca: Mãe bate boca com a recepcionista porque quer deixar a filha de 02 anos desacompanhada no local.

Cena 03 - Entrada na brinquedoteca: pedimos para entrar junto com as crianças. Recepcionista estranha: "vocês não vão fazer compras?".

Cena 04 - Brincando com as crianças: É tanto brinquedo que não sabemos por onde começar. As crianças também ficam perdidas. Crianças precisam de tantos brinquedos?

Cena 05 - Observando as outras crianças: Algumas sentadas em frente a televisão. Outras brincando solitariamente.

Cena 06 - Olhando para o relógio: esqueci o celular no carro. Vamos consultar o relógio do computador. Precisamos correr, fazem 28 minutos que estamos no local.

Cena 07 - Pagamento: Entrego a ficha. A recepcionista confere: 2 crianças, 30 minutos, R$30,00.

Cena 08 - Loja de brinquedos: As crianças pedem para ir na loja de brinquedos. Nós entramos e começamos a conferir os preços (e não o valor): bonecos para meninos R$400,00, boneca que faz caquinha R$300,00, pacote de fraldas para a boneca que faz caquinha: R$30,00...