terça-feira, 31 de agosto de 2010

Pensamentos - Vocação

A quem interessa fazer com que o professor trabalhe como um camelo, sem água ou comida no estômago, fazendo-o acreditar que pode mudar o mundo?

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Rotina

Sexta-feira.
Primeira aula na 8ºB (sala de pensadores animados).
Correção do caderno: tarefa sobre a descolonização dos países africanos.
Metade da sala não fez.

Professora:
- Vamos fazer uma rápida pesquisa, tudo bem?
Alunos animados:
- Tudo.
Professora:
- Quem está assistindo o horário político.
Alguns levantam a mão e começam a comentar sobre a campanha do Tiririca.
Tiririca:
- Vocês sabem para que serve um deputado federal? Nem eu. Mas votem em mim que eu te conto...
Professora:
- Vocês já ouviram alguém falar: eu não vou mais investir em educação. Educação não serve para nada. Vamos investir os nossos impostos em algo mais útil.
Os alunos se questionam se esta frase é verdadeira ou é apenas mais uma manobra da professora.
A professora continua:
- Alguém da família de você já disse: para de estudar meu filho, isto não serve para nada, vai procurar algo mais útil para fazer.
Os alunos emudecem.
A professora torturadora continua a sua investigação:
- Quem aqui quer ter filhos?
Para a surpresa da professora a maioria levanta a mão.
A professora questiona:
- Vocês irão matricular os filhos de vocês na escola.
Todos levantam a mão.
Professora:
- Por quê? Vocês querem torturar as criancinhas? A escola não tem nenhum significado para vocês.... blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá , blá, blá (os blá, blá blás tem um ritmo).
Os alunos abaixam a cabeça.
Começa a correção.
Os alunos sabem como foi a independência dos países africanos e se interessam pelo assunto.
A professora conta a história do amigo que foi para a África do Sul.
Acaba a aula.
Mais uma de blá, blá, blás...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Narradores de Javé

Nunca estive em outro país, mas através do que li, assisti e ouvi falar acredito que este espírito de companheirismo, aceitação, este fazer caminhar a vida junto, só exista no Brasil.

Não em São Paulo, porque São Paulo é outro país. Mas neste Brasil das pequenas cidades, das vilas que podem alagar a qualquer momento, dos vilarejos onde todos se conhecem, das histórias que são passadas de geração-em-geração.

Neste Brasil as pessoas se aceitam, mesmo sem se gostar, valorizam a história do outro, mesmo que tenha de reescrevê-la. Conhecem a sua origem, ninguém pode se esconder (o que pode ser bom ou ruim, dependendo do ponto de vista).

Eu não, já aceitei a minha paulistaniedade. Não sou deste país. Sou metropolitana: não conheço os meus vizinhos, não sei como chama o dono da padaria, não tenho idéia do nome da menina da locadora (que me atende toda semana)e às vezes esqueço o nome dos meus próprios alunos. A única característica do meu pertecimento a este povo que me resta é o inconformismo com a dor alheia: não consigo parar de pensar um momento nos carvoeiros do Chile que passarão mais 4 meses enterrados vivos.

Talvez ainda me reste alguma esperança!

domingo, 22 de agosto de 2010

Cotidiano

Temos uma história.
E não é uma história qualquer.
É uma história de amor!

Com direito a ilha paradisíaca,
forró grudadinho,
cantoria na praia,
rodopios na areia,
formigas na trilha.

Temos uma família.
E não é uma família qualquer,
somos quatro,
querendo ser cinco,
e quem sabe chegaremos a seis.

Leona veio primeiro.
Encheu nossa vida de latidinhos e mordidinhas.
Faz festa quando chegamos.
Ensina-nos o que é amar incondicionalmente.

Júlia veio depois.
Enche-nos de beijinhos, de abraços e de chameguinhos.
Trouxe uma alegria indescritível.
Não sabíamos que existia tanto amor nos nossos corações!

Temos uma rotina.
E não é uma rotina qualquer.
É a vontade de estarmos juntos todos os dias.
E é esta vontade que nos move a enfrentar o cotidiano.


9+541454(Júlia me ajudando a escrever)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Burocracia

Segunda-feira acordei com um piriri gangorra, daqueles de tornar qualquer plebeu um membro da mais alta nobreza.
Terça-feira sob o efeito dos malditos remédios para conter vómitos (nossa o acento é agudo?) não consegui acordar para trabalhar.
Assim que saí do meu sono de Cinderela e consegui, minimamente, me recompor, fui até minha escola para levar o atestado médico, que só me dava direito a um dia de "folga".
No entanto descobri que minha saúde anda mais fragilizada do que imaginava: nos últimos doze meses tirei as 2 licenças de 1 dia que me cabiam.
Conclusão: deverei me ausentar da escola na sexta-feira (dia do passeio com os alunos do 8º ano) para que o médico da perícia comprove se minha caganeira foi verdadeira ou se foi só uma embromação para eu não ir trabalhar.
E o Estado acredita que eu me tornarei uma profissional mais dedicada...

Diálogo:
- Você tem que trazer o atestado no mesmo dia para marcar a perícia.
- Como?????

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Casamento...

Sítio.
Buffet.
Padrinhos.
Toalhas.
Flores.
Buffet de novo (um mais barato).
Lista de convidados.
Não vai dar pra chamar todo mundo!
Fotos.
Frutas.
Convite.
Doces.
Prima que orienta.
Vestido.
Aumentar a lista de convidados.
Amiga que ajuda daqui.
Lembrancinhas.
Amiga que ajuda dali.
Bolo.
Padre.
Padre que não atende o telefone.
Mapa do sítio.
Será que vai dar tempo?
Vai dar certo?
A comida vai faltar?
Entregar os convites.
11 de setembro.
Não perca!