Nunca estive em outro país, mas através do que li, assisti e ouvi falar acredito que este espírito de companheirismo, aceitação, este fazer caminhar a vida junto, só exista no Brasil.
Não em São Paulo, porque São Paulo é outro país. Mas neste Brasil das pequenas cidades, das vilas que podem alagar a qualquer momento, dos vilarejos onde todos se conhecem, das histórias que são passadas de geração-em-geração.
Neste Brasil as pessoas se aceitam, mesmo sem se gostar, valorizam a história do outro, mesmo que tenha de reescrevê-la. Conhecem a sua origem, ninguém pode se esconder (o que pode ser bom ou ruim, dependendo do ponto de vista).
Eu não, já aceitei a minha paulistaniedade. Não sou deste país. Sou metropolitana: não conheço os meus vizinhos, não sei como chama o dono da padaria, não tenho idéia do nome da menina da locadora (que me atende toda semana)e às vezes esqueço o nome dos meus próprios alunos. A única característica do meu pertecimento a este povo que me resta é o inconformismo com a dor alheia: não consigo parar de pensar um momento nos carvoeiros do Chile que passarão mais 4 meses enterrados vivos.
Talvez ainda me reste alguma esperança!
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